domingo, 3 de junho de 2012


Curiosidades sobre o Monte Fuji (FujiSan)







Curiosidades sobre o Monte Fuji
Monte Fuji (富士山) é um dos símbolos e um dos mais belos cartões postais do Japão, além de ser considerada uma das montanhas mais bonitas do mundo, devido à sua beleza e simetria. Na verdade, o Fujiyama não é simplesmente uma montanha. Se trata de um vulcão que está em inatividade há mais de 300 anos e que acabou se tornando uma das atrações mais populares do Japão, sendo muito procurado por turistas, além de ser muito amado e reverenciado pelo povo japonês.

Essa bela montanha serve de inspiração para diversos artistas há várias gerações, seja em forma de poemas, romances, pinturas ou fotografias. Embora seja belo em todas as estações, o Monte Fuji alcança o ápice da sua beleza durante a Primavera, onde o seu cume coberto de neve é emoldurado pelas flores de cerejeira. Esse cenário lhe fez ganhar o apelido de Fuji Konohana Sakuahime, que significa “fazendo a flor desabrochar brilhantemente.”
Monte Fuji na Primavera
Monte Fuji na Primavera

Curiosidades sobre o Monte Fuji:

• É chamado Fuji-san (富士山) em japonês e a origem do nome Fuji é controverso. Alguns dizem que deriva da língua da tribo indígena Ainu, que ao pé da letra significa “vida eterna”. Os estudiosos, no entanto, dizem que o nome se origina da língua Yamato e refere-se a “Fuchi”, a deusa do fogo budista.
• Embora seja bastante conhecido por nós ocidentais como Fujiyama, devido ao último kanji (山) significar montanha, a única forma correta de fazer referência ao monte Fuji é Fuji-san, que também significa montanha, usando o mesmo kanji.
• Outros nomes japoneses utilizados para fazer referência ao Fuji-san, que caíram em desuso, incluem Fuji-no-Yama (montanha de Fuji), Fuji-no-Takane (pico alto de Fuji), Fuyō-hō (Pico de lótus’) e Fu-gaku (Fuji montanha).
Monte Fuji, reflexo no lago Tanuki
Monte Fuji, reflexo no lago Tanuki




• Fuji-san é considerado uma montanha sagrada para muitas religiões. O povo Ainu reverenciavam o grande pico. Os xintoístas criaram um santuário no topo em reverência à deusa Sengen-Sama, que encarna a natureza. Já a seita Fujiko acredita que a montanha é um ser que possui alma.
• O Monte Fuji é considerado sagrado pelos japoneses desde os tempos antigos pelos budistas, que acreditam que a montanha é a porta de entrada para um novo mundo, juntamente com o Monte Tate e Monte Haku, que formam as “Três Montanhas Sagradas” do Japão.
• O Fuji-san é a montanha mais alta do Japão e a 35ª do mundo; O ponto mais alto tem 3.776 metros de altura. Sua cratera é de 820 metros de profundidade e tem um diâmetro de superfície de 1.600 metros.
Monte Fuji e Templo, no Parque Nacional Fuji-Hakone-Izu
Monte Fuji e Templo, no Parque Nacional Fuji-Hakone-Izu
• O Monte Fuji é a montanha mais escalada no mundo. São mais de 200 mil pessoas que sobem até o cume todos os anos, nos meses de julho e agosto. Cerca de 30% das pessoas que sobem são estrangeiros.
• Há um ditado japonês que diz que todo homem nascido no Japão, deve escalar o Monte Fuji, pelo menos uma vez em sua vida. Ao fazer isso, ganhará benção espiritual e sorte em sua vida.
• O Monte Fuji fica na fronteira entre as províncias de Yamanashi e Shizuoka e a uma distância de cerca de 60 quilômetros a sudoeste do centro de Tóquio. Devido à pouca distância, os moradores de Tóquio e Yokohama podem ter o privilégio de avistar a montanha nitidamente em dias claros.

Vista do Monte Fuji em fim de tarde à partir de Tóquio
• Monte Fuji é um vulcão adormecido há mais de 3 séculos. A montanha foi formada em quatro fases de atividade vulcânica há mais de 600.000 anos atrás. A última erupção do Monte Fuji ocorreu de 16 de dezembro de 1707 a 01 de janeiro de 1708.
• A primeira pessoa a subir o Monte Fuji foi um monge anônimo, no ano de 663; Depois, o pico passou a ser escalado apenas por homens. O primeiro ocidental conhecido por escalar Fuji-san era Sir Rutherford Alcock, em setembro de 1860.
• Mulheres eram proibidas de subir até o cume, até a Era Meiji, no final do século 19. A primeira mulher branca a subir o Monte Fuji, foi Lady Fanny Parkes em 1867.
Monte Fuji e Shinkansen
Monte Fuji e um dos Shinkansen que passam em torno dele
• A temperatura média no topo varia de 18 a 8 graus celsius no verão. Porém, como venta bastante a sensação térmica é de graus negativos. Já no inverno a temperatura no topo pode chegar a – 40° C.
• Existes 4 rotas principais para subir o monte fuji: Yoshidaguchi, Subashiri, Gotemba e Fujinomiya. Em cada trilha, se encontra 10 paradas, onde se pode encontrar bebidas, comidas e lugares para descansar. A cada parada, as coisas ficam mais caras, portanto o ideal é levar mantimentos.
• O Monte Fuji é cercado pelos Cinco Lagos de Fuji (Fujigoko): Kawaguchi, Yamanaka, Sai, Shoji e Motosu. O Monte Fuji, o Fujigoko, além de Hakone, Península e ilhas de Izu, fazem parte do Fuji-Hakone-Izu Kokuritsu Kōen, um Parque Nacional, com várias centenas de quilômetros que abrange as províncias de Yamanashi, Shizuoka, Kanagawa e Tóquio.
Monte Fuji Parque Nacional Fuji-Hakone-Izu
Monte Fuji Parque Nacional Fuji-Hakone-Izu
• O cantor Kyu Sakamoto contratou carregadores para levar um piano para uma apresentação no topo.
• O Monte Taranaki na Nova Zelândia tem 2518 metros de altura e é tão parecido com o Fuji em alguns ângulos e aspectos, que se passou por ele no filme ¨O Último Samurai¨.
• Em 1910, a compositora e caligrafista Iwaya Sazanami, criou a música “ Fuji-San “em homenagem ao Monte Fuji. A música é cantada até hoje pelas crianças.
Veja a letra, tradução e o vídeo abaixo:
LetraTradução
Atama o kumo no ue ni dashi,
shiho no yama o mioroshite,
kaminari-sama o shita ni kiku,
Fuji wa Nippon-ichi no yama.
Aozora takaku sobie-tachi,
karada ni yuki no kimono kite,
kasumi no suso o toku hiku,
Fuji wa Nippon-ichi no yama.
Tem uma cabeça acima das nuvens
Olha para as montanhas ao redor
Ouve um trovão abaixo
Fuji, a montanha mais alta do Japão
Está alto no céu azul
Vestindo um quimono de neve
e uma bainha prolongada de névoa
Fuji, a montanha mais alta do Japão
Vídeo:
monte-fuji-galeria



Cultura Japonesa! Cerimônia do Chá



A cerimônia do chá japonesa (chanoyu 茶の湯, lit. "água quente [para] chá"; também chamada chadō ou sadō, 茶道, "o caminho do chá") é uma atividade tradicional com influências do Taoísmo e Zen Budismo, na qual chá verde em pó (matcha, 抹茶) é preparado cerimonialmente e servido aos convidados. O matcha é feito da planta chamada chá, camellia sinensis. 


O praticante de cerimônia do chá precisa ter conhecimento de uma ampla gama de artes tradicionais que são parte integral do chanoyu, incluindo o cultivo e variedades de chá, vestimentas japonesas (kimono), caligrafia, arranjo de flores, cerâmica, etiqueta e incensos — além dos procedimentos formais de seu estilo de chanoyu, que podem passar de uma centena. Assim, o estudo de cerimônia do chá praticamente nunca termina. Mesmo para participar como convidado em uma cerimônia formal é preciso conhecer os gestos e frases pré-definidos, a maneira apropriada de portar-se na sala de chá, e como servir-se de chá e doces, 

Beber chá é um costume introduzido no Japão, no século IX, na forma de chá de infusão (団茶, dancha) por um Monge Budista Eichu (永忠), quando retornava da China ao Japão, aonde conheceu a Erva, de acordo com a lenda, após 200 anos. O chá tornou-se a bebida mais consumida no Japão, e cultivada em seu próprio território.


O costume de beber chá, iniciou-se de forma medicinal, e por razão de luxo, uma vez que era importada da China. no século IX, O Autor Chinês Lu Yu escreveu o Ch'a Ching , um manual sobre o cultivo e preparação do chá. A vida de Lu Yu foi influenciada pelo budismo. A idéia dele foi crucial para a criação e aprimoramento da cerimônia.

No século XII, um novo tipo de chá surge, o matcha, foi trazido por Eisai, outro monge japonês retornando da China. Considerado um chá verde mais forte, retirado da mesma planta de chá preto , foi inicialmente utilizado em rituais em Templos Budistas. Já no século XIII, samurais já consumiam a bebida matcha, como uma adaptação do Budismo, com isso, o futuro do chá estava traçado.


Por volta do século XVI, beber o chá se popularizou, chegando a atingir todas as camadas sociais do Japão. Sen no Rikyu, um dos maiores destaques na história da cerimônia do chá, seguido pelo seu mestre, Takeno Jōō, de acordo com a filosofia  ichi-go ichi-e, cada cerimônia do chá é única, e nunca poderá ser reproduzida. Seus ensinamentos foram responsáveis pelo desenvolvimento de novos estilos arquitetonicos japoneses, como Jardins, Arte e todo o desenvolvimento e criação da cerimônia do chá. E os ensinamentos resistem até hoje.

Os Utensílios da cerimônia são chamados de dōgu (道具, literalmente "Ferramentas"). A quantidade de dōgu necessários a uma cerimônia varia em função da escola e do estilo da demonstração. A sua variedade, nomes específicos e combinações de utilização tornam impraticável pela sua extensão a inclusão neste espaço de uma lista pormenorizada. Existem no Japão dicionários específicos que chegam a ter centenas de páginas. Apresenta-se de seguida uma lista simplificada com os itens essenciais:

Fukusa (lenço de seda)
Chawan (taça)
Natsume ou Cha-ire (boião para o chá em pó)
Chasen (batedor para preparar o chá)
Chashaku (espátula para servir o chá em pó)
Chakin (pano para limpar a taça)
Hishaku (concha de bambú)
Kensui (recipiente para a água suja)
Tana (pequena estante para colocar os utensílios)
Kama (panela de ferro)
Furo (braseiro)


A Harmonia resulta da interação do anfitrião, do convidado, da comida servida, dos utensílios usados e da natureza. Antes do chá, será oferecido doce ou uma leve refeição ao convidado cujos pratos estarão de acordo com a estação do ano. O segundo princípio, o Respeito, refere-se à sinceridade do coração, aberto para um relacionamento com o ser humano e a natureza, reconhecendo a dignidade inata de cada um. A Pureza, segundo os ensinamentos de Rikyu, relaciona-se ao simples ato de limpar. Os preparativos, o próprio serviço do chá e a limpeza após a cerimônia estão colocando em ordem, também, o seu próprio íntimo. E, esta ordem é essencial. Finalmente, a Tranquilidade é o conceito estético próprio do chá, alcançado através da prática constante em nosso cotidiano desses três primeiros princípios básicos. Segundo Rikyu, o ponto essencial do Caminho do Chá é que seus princípios são dirigidos à totalidade da existência e não somente aos momentos vividos em uma sala de chá. E é uma disciplina a ser treinada durante toda uma vida. São necessários pelo menos 10 anos para o domínio de todas as nuanças relativas à cerimônia.
A sequência de gestos é realizada pelos mestres e aprendizes que fazem a cerimônia. O preparo da bebida e o ato de servir têm um significado espiritual, ao qual se dá o nome de chado, ou caminho do chá, que tem três princípios básicos: todos são iguais, respeito ao outro e gratidão por aquele que prepara o chá.

Em média uma cerimônia dura 40 minutos, mas em alguns casos pode chegar a 4 horas. O tempo se alonga se for considerado o início da cerimônia, quando ocorre a caminhada por um jardim de pedras tipicamente japonês. O ponto alto acontece quando os participantes compartilham o momento de tomar a bebida.